segunda-feira, 11 de maio de 2009

TAREFA DA AULA DO DIA 11/05/09 PARA O DIA 18/05/09

A PAIXÃO SEGUNDO G. H.

Na literatura brasileira, temos na obra de Clarice Lispector, A paixão Segundo G. H., uma chave de leitura que nos remete a essa busca na construção da identidade:
Perdi alguma coisa que me era essencial e não é mais [...] Não me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um tripé-estavel [...] [Agora] Voltei a ter o que nunca tive: apenas duas pernas é que posso caminhar [...] Mas a ausência da terceira me faz falta e me assusta, era ela que fazia de mim uma coisa encontrável por mim mesma e sem sequer precisar me procurar.
LISPECTOR, C. A paixão segundo G. H. Rio de Janeiro: Sabia, 1969.

Você sabe quem você realmente é?

Você tem consciência de suas imaginações, sonhos, intuições, lembranças, realidade, ou tudo isso parece confundir ainda mais sua vida? Muitos levam a vida sem muitos questionamentos. Pode até parecer mais cômodo levar a vida sem muitas reflexões. Para muitos, analisar as próprias atitudes e comportamentos seria como mexer num vespeiro.
Vivem apenas na busca da satisfação das necessidades básicas e primarias como dinheiro, comida, baladas, brincadeiras, vídeos-game. Importam-se no que dizer, fazer e/ou ter, mas raramente conseguem ser. Alguns vivem alienados, sem se preocupar com uma vida de significado mais amplo. São aquelas pessoas que encontramos depois de anos e tudo permanece igual. Podem até ter conquistado algum bem material, mas não houve evolução, transmutação ou crescimento.
Para aprender a controlar nossos comportamentos, desejos e ações, temos que compreendê-los e analisá-los. Enquanto formos incapazes de exercer algum controle sobre nossas emoções, seremos estranhos a nós mesmos, incapazes de influir sobre o mundo que nos cerca porque não teremos contato com nossa própria realidade interior. Evitamos entrar em contato com nossos sentimentos mais profundos, até como forma de defesa, pois tememos nos machucar.
Os caminhos de alienação de si próprio são os mais diversos. Alguns evitam encarar sua realidade trabalhando o tempo todo ou dormindo a maior parte do tempo. Outros adoecem. Outros ainda passam o tempo cuidando da vida alheia. Outros passam a comer tudo o que vêem pela frente. Tudo isso para não ter tempo de olhar para si mesmo. As pessoas que não refletem sobre sua própria vida, distanciam-se cada vez mais de seus reais sentimentos. Simplesmente vão agindo impulsivamente, caminhando sem saber para onde.
Qualquer desculpa parece válida para que as pessoas desviem a atenção das dores que algumas lembranças trazem e que podem machucá-las. Esquecemos-nos que podemos estar nos prejudicando ainda mais, principalmente quando se recorre às drogas, ao álcool, ao jogo, ou comida. Os vícios, a compulsão, representam uma forma de fuga. Pode-se até obter resultados por algum tempo (prazer imediato), mas nunca poderemos fugir do que há dentro de nós para sempre.
A recusa em enfrentar a realidade e os próprios sentimentos é uma reação normal. Às vezes não se tem nem consciência de que fugimos de nós próprios. Na maior parte, o fazemos inconscientemente. Só nos damos conta de que algo não vai bem internamente, quando nos deparamos com alguma dificuldade e encontramos em conflito e angustia.
Este é o momento de olhar para dentro de si mesmo e perguntar-se: “O que acontece? Por que me sinto triste, vazio (a), insatisfeito (a), infeliz?”. Ao se questionar, é possível obter as respostas, nem que isso seja doloroso a principio. Fácil? Nem um pouco. Olhar para dentro de si mesmo é uma das maiores dificuldades do ser humano.

SALMO I
O LIVRO SAGRADO REVELA A IDENTIDADE DE UM POVO E NOS SUGERE A MESMA IDENTIDADE. QUE SEJAMOS JUSTOS E SAIBAMOS ESCOLHER O CAMINHO QUE NOS LEVA A DEUS.
Feliz o homem que não procede conforme o conselho dos ímpios, não trilha o caminho dos pecadores, nem se assenta entre os escarnecedores. Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera. Os ímpios não são assim! Mas são como a palha que o vento leva. Por isso não suportarão o juízo, nem permanecerão os pecadores na assembléia dos justos. Porque o Senhor vela pelo caminho dos justos, ao passo que o dos ímpios leva à perdição.


MÚSICA DO GRUPO LEGIÃO URBANA
HÁ TEMPO
Parece cocaína
Mas é só tristeza
Talvez tua cidade
Muitos temores nascem
Do cansaço e da solidão
Descompasso, desperdício
Herdeiros são agora
Da virtude que perdemos...

Há tempos tive um sonho
Não me lembro, não me lembro...

Tua tristeza é tão exata
E hoje o dia é tão bonito
Já estamos acostumados
A não termos mais nem isso...

Os sonhos vêm e os sonhos vão
E o resto é imperfeito...

Dissestes que se tua voz
Tivesse força igual
À imensa dor que sentes
Teu grito acordaria
Não só a tua casa
Mas a vizinhança inteira...

E há tempos
Nem os santos têm ao certo
A medida da maldade
E há tempos são os jovens
Que adoecem
E há tempos
O encanto está ausente
E há ferrugem nos sorrisos
Só o acaso estende os braços
A quem procura
Abrigo e proteção...

Meu amor!
Disciplina é liberdade
Compaixão é fortaleza
Ter bondade é ter coragem (Ela disse)
Lá em casa tem um poço
Mas a água é muito limpa...





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